quarta-feira, 21 de março de 2012
RELÓGIO VELHO
RELÓGIO VELHO
Carlos Cavalcante
(Caio Cid)
É quase humano este relógio antigo:
não bate as horas mais: solta gemidos.
À noite o escuto, as badaladas sigo
e entendo os seus queixumes doloridos.
Ali pregado, há tempos esquecidos,
Já de três gerações atento amigo,
o pobre está cansado e traz consigo
noventa anos de vida percorridos.
Quantas festas marcou! quantos tormentos!
batizados, enterros, casamenos,
folguedos infantis, mães em vigília!
Mesmo chorando assim, de óleo com sêde,
talvex êle ainda assista da parede
à morte de outros membros da família.
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